quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Estou do outro lado do mundo.
Lá,
do avesso de mim,
sigo impávida
a atravessar pessoas.

Não há muro ou coração que guarde meu olhar ultramarino.
Muda, abocanho desconhecidos.

Hálitos estranhos sopram meu caminho
e um mapa grita em meus ouvidos,
anunciando façanhas
Espiraladas!


Partida



















Meus dentes sangram
e uma dor fina me enche a boca de medo.
Mastigo seu beijo com cuidado
pra não quebrar.
O abraço
partiu-me inteira,
de dentro a fora.
Manca,
sustento minha cara
em raras aparições.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O terceiro


De tudo que é
homem,
eu tomaria você.

Daria minha mão pela tua pele
verdadeiramente macia.

Seríamos pretos juntos,
como no início dos tempos.
Comeríamos um ao outro
generosamente.

Guardaria cada um dos teus cheiros
entre os dedos,
para aquecer minha garganta
seca pela tua sede.

Meu homem de comer e de beber.
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