domingo, 4 de maio de 2014

Sanity

Louise Bourgeois

























A carne foi cortada a frio
como se todas as meninas do mundo servissem
para alimentar a fome.

O corte era fundo.
Rasgava quem eu sou, quem eu fui, quem um dia seria.


Vi luzinhas acenando do céu
como fadas bondosas a desmentir
o escuro das minhas noites.

No entanto,
a bruxa vermelha incendiou meus sonhos.
Ardi de medo.
E, sem áura, não virei santa.

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