Eduardo Munoz |
Ao se deitar uma mulher sente sobre si todos os mortos com quem já dormiu.
O peso lhe esmaga as entranhas,
Amputa à mão o desejo de
tocar o homem em carne viva ao seu lado na cama.
Sentia-se apedrejar.
Atiravam-lhe homens em cadáver.
Cabeças e dentes afiados sem dó da delicada pele que a
protegia.
Não se ouviu grito até o corpo abdicar pedaços.
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