Tem um homem do outro lado do mundo onde posso deitar e
sonhar. É um homem amplo e sólido, de forma a receber quem queira nele se esticar
ao sol. O homem tem jardim e perfumes que pensávamos extintos há milhares de
anos. Na sua varanda me balanço a olhar as crianças correndo por ele todo, que
se ri como se lhe fizessem cócegas. Um livro cai da minha mão quando ele me
beija à tarde, na hora mais quente, e fecha as cortinas atrás de mim. Nesse
homem há um fogo sempre aceso, feijão, pimentas, café e hortelã. Um cachorro
grande e louro é seu amigo. E logo atrás do seu sorriso há um quarto branco com
cheiro de algodão e música azulada para dançar na cama.
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